quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Odeio meu trabalho.
Meu suor 
Tem cheiro de
Concreto fresco
Minhas lágrimas com 
Sabor de argamassa
Meu sangue da cor
Daquelas telhas
De cerâmica
O trabalho braçal
Irrefletido e irracional
Me torna mais um animal
Cada pá de areia
Uma agulhada
Em cada músculo
A endorfina
Nem parece mais
Um agradecimento
Pelo meu corpo ainda
Estar inteiro
Treze longos anos
Na escola para
Aprender a ser
Um burro
De carga
Alguém me vende
Um emprego
Pago com 
O resto
Da minha
Vida.

Ray Cruz

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