sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

jag älskar dig

ninguém conhece
totalmente ninguém

egoísmo autófago
chave da chaga em chamas
liturgia profana
tuas janelas abertas
meu paraíso no inferno

sou uma pedra
de 23 toneladas
edificando uma caverna
entre teus seios

mortalha da esperança
tuas petálas balbunciando
cantigas de poda

sede e sangue
sorvendo a mesma língua

solidão canibal
acordando o desejo
crucificando a distância

cicatriz zumbi vegana
colhendo sonhos
em uma vitrine
de plástico bolha
auto holocausto indulgente

tua boca adubando sorrisos
teu pescoço encoleirando
meus dias

cura?
anestesia?
paliativo?

só sei que amo o que conheço
e ainda mais o que desconheço
só sei que...
jag älskar dig
e não sei a qual fim do mundo
isso vai nos levar

não importa
fumaremos qualquer apocalipse
compartilhando
os mesmos coRpos sem fundo.

Ray Cruz

Nenhum comentário:

Postar um comentário