sábado, 4 de novembro de 2017

Uma noite em erupção

Dedos plantados 
No cinzeiro 
Flor de alumínio

Berrando a solidão milenar
Dentro das minhas roupas

Não me ofereçam 
Qualquer solução
Já esgotei o estoque
De paliativos 
Testei todas as longitudes

Não me tragam respostas
Eu já traguei
todas as perguntas

E as ervas daninhas 
Não param de nascer
Em meus ouvidos

Não me falem de status
Salvo, quando colherem
As urtigas de minha língua

Não invoquem esperanças
Eu já enfiei uma bala
Na cabeça de todas as minhas
Em todas as minhas cabeças
E tenho munição infinita.

ray cruz

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