Uma noite em erupção
Dedos plantados
No cinzeiro
Flor de alumínio
Berrando a solidão milenar
Dentro das minhas roupas
Não me ofereçam
Qualquer solução
Já esgotei o estoque
De paliativos
Testei todas as longitudes
Não me tragam respostas
Eu já traguei
todas as perguntas
E as ervas daninhas
Não param de nascer
Em meus ouvidos
Não me falem de status
Salvo, quando colherem
As urtigas de minha língua
Não invoquem esperanças
Eu já enfiei uma bala
Na cabeça de todas as minhas
Em todas as minhas cabeças
E tenho munição infinita.
ray cruz
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